Recebi várias manifestações de apoio ao pedido de instalação de uma Delegacia de Proteção Animal em Curitiba, entregue ao governador Beto Richa e ao presidente da Assembléia Legislativa, Valdir Rossoni. Ontem, no entanto, me surpreendi com a manifestação de uma jornalista, que considerou um possível investimento, em uma delegacia especializada para a proteção animal, como algo oportunista e demagógico e denominou a ação como fuga do trabalho do parlamentar.
Tal visão antropocêntrica, a meu ver, não deve ser levada em conta, uma vez que compreendo que a proteção animal é uma ação de respeito à vida. E respeito à vida é uma das bandeiras do meu trabalho. Justifico a validade de uma delegacia especializada pelos números que temos na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente que, atualmente, se desdobra para atender as demandas de todo o Paraná.
De acordo com o superintendente da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, Ivan José de Souza, a delegacia recebe ligações e emails “a todo minuto” e registra Boletins de Ocorrência, sobre casos de maus tratos a animais, “diariamente”. Caso houvesse a possibilidade de delegar o trabalho a uma delegacia especializada, a atual Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente poderia focar-se nas centenas de denúncias que recebe todos os meses de crimes contra o meio ambiente – como corte de árvores sem autorização, desmatamento, assoreamento de rios, construções em áreas de nascentes.
Outra debilidade atualmente encontrada na Delegacia, que é natural uma vez que a demanda de trabalho é extrema, é a impossibilidade de encaminhar os animais vítimas de agressões a um abrigo adequado. O que ocorre hoje, em pequena escala, é uma parceria com algumas ONGs (Organização Não Governamental) que atendem – na medida do possível – a demanda de animais desabrigados.
O que a administradora e presidente da Sociedade Protetora dos Animais, Soraya Simon, relatou é que a ONG consegue socorrer, por meios próprios, casos mais emergenciais. Como ela explicou: “A gente se vira, mas o atendimento acaba tendo uma demora pelo pouco número de funcionários disponíveis”.
De qualquer modo, independentemente das considerações pessoais da jornalista, ou de qualquer cidadão que como ela tem o direito de manifestar suas opiniões e expectativas quanto ao trabalho do vereador de sua cidade, está nas mãos de nossa Assembleia Legislativa e do governador do Estado a decisão sobre a possibilidade dessa delegacia especializada. O meu trabalho, como parlamentar, é levar as demandas da população aos responsáveis e fazer valer a voz dos que represento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário